O dia que o jogo foi um mero detalhe

A segunda e terceira mudanças foram anunciadas

Começo pelo detalhe. Cruzeiro e Santos prometia ser um duelo complicado para o lado azul. E confesso que após ver a escalação celeste a preocupação aumentou. Adilson sacou Roger, apostou em Elicarlos. Mais uma vez o treinador me surpreendeu positivamente, demonstrou bom conhecimento tático para boa montagem da equipe.

O Cruzeiro entrou com três zagueiros. Elicarlos foi colocado na direita (para tomar conta de Neymar), Gil jogou mais recuado pelo meio (sua lentidão não o atrapalharia assim) e Thiago Heleno pela esquerda.

O meio campo teve dois volantes à frente da zaga, Fabrício pela direita e Henrique pela esquerda que impossibilitaram os dois meias santistas de armar alguma jogada (via-se P.H. Ganso muito nervoso com a marcação durante o jogo).

Logo mais a frente, Jonathan, pela direita, iniciava uma linha de três jogadores completada por Marquinhos pelo meio e Diego Renan pela direita. Essa linha de jogadores foi responsável pela armação da equipe. Marquinhos definia o rumo das jogadas, distribuía com inteligência e muita calma, Diego Renan e Jonathan eram acionados constantemente e davam trabalho para os laterais e volantes santistas.

Thiago Ribeiro e Eliandro deram ritmo ao ataque, o segundo mais fixo e o primeiro avançando pelos flancos.

O jogo caminhou bem, substituições pontuais, Adilson voltava a ir bem numa partida.

Os substitutos entraram mal. Ken movimentou-se, mas esteve apagado, duas boas jogadas apenas. Roger entrou muito mal, não criou nada. Já Sebá, jovem canhoto que atua pela direita, tentou alguns lances, mas nada que fosse muito incisivo. Pelas opções de banco, pouco podia ser feito.

O zero a zero prevaleceu. Parte da torcida homenageou positivamente o Edu Dracena, grande zagueiro e grande ídolo. E a campanha feita contra o político e presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, no hall do estádio, novamente apareceu e no final do jogo um “coral”, um pouco mais “encorpado”, mandou o presidente ir tomar em um determinado orifício localizado entre as nádegas, tal orifício tradicionalmente chamado de ânus. Dessa vez Zezé respondeu o protesto, alegou que era minoria, que trabalha em prol do Cruzeiro e que não se sente ofendido, constrangido ou preocupado com o protesto. Completando, o presidente ainda afirmou que Kléber já pode negociar contrato com o Palmeiras (um fato anedótico para alguns, mas não para outros). Mais uma “verdade verdadeira” do Sr. José de Oliveira Costa que caiu por terra.

Porém, tudo isso foi ofuscado por um único fato, que tal como o citado acima, era uma simples anedota para uns, mas não para outros.

Adilson Batista, que foi criticado por parte da torcida pelas substituições feitas durante o jogo, “pediu o boné”. Enfim sucumbiu a pressão de parte da torcida, de alguns jogadores e principalmente de parte da mídia.

A notícia da demissão gerou um “buzinaço” na saída do Mineirão, promovido pelos torcedores que torciam pela saída do técnico.
Enfim, três mudanças fortes até agora: A saída de um dos melhores administradores do meio futebolístico, Eduardo Maluf. A saída de Kléber do time, rumo ao Palmeiras. E a tão esperada saída do treinador. Três grandes nomes que marcaram uma época onde Libertadores era competição fixa, estar entre os grandes brasileiros e mundiais era comum e ser campeão mineiro era fácil, vinha sempre com goleadas encima das galinhas.

Uma nova era está por vir, tomara que melhor que a última, pois sempre desejo mais para o Cruzeiro. Em breve farei um texto sobre o Cruzeiro pós-Adilson. Esperarei semana que vem, para que o treinador deixe de vez o cargo e para que possamos pensar no futuro celeste.

Resta-me desejar sorte a um ídolo pessoal que irá deixar saudade, digo por mim.

Sem mais.

Saudações alvicelestes.

Walter Seixas
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